Amor próprio é muito mais do se dar um dia de beleza, passar uma tarde fazendo skin care e tomar vinho. É mais do que ir no salão para fazer as unhas. É mais do que comprar roupas.
O amor próprio é como uma árvore que será sua sombra em dias ardidos pela desesperança. Também será seu aconchego, seu alimento e força interior. O amor próprio começa pelas raízes.
Parece egoísmo amor dizer, mas a verdade é que o amor próprio é o maior e melhor investimento que você poderá fazer ao longo da sua vida.
Mas como desenvolver amor próprio sendo uma pessoa com auto estima baixa ou tendo feridas profundas que te levam a pensar e se sentir inferior às demais pessoas?
Só existe um caminho a ser percorrido, e ele é longo: auto conhecimento.
Para desenvolver amor próprio, você terá que se propor a se encantar, e também a se olhar, se permitir, e acima de tudo, se aceitar.
É claro que é mais difícil fazer do que falar, então eu separei algumas dicas que vão te ajudar para você desenvolver amor por você mesma!
Acompanhe abaixo.
1) Faça terapia
Essa é a dica mais valiosa de todas. Se você quer desenvolver amor próprio, agende agora mesmo uma sessão com um terapeuta. Isso porque como seres humanos, temos a tendência a robotizar nossas ações, pensamentos e sentimentos que se tornam os nossos padrões.
Normalmente, repetimos comportamentos dos nossos pais e até avós. Com o tempo, temos grandes chances de repetir esses comportamentos, que podem vir acompanhados de erros, traumas e atitudes prejudiciais.
Quer um exemplo?
Vou te contar um pouco sobre a minha família. Eu tenho ascendência judaica. Meus bisavós vieram para o Brasil para fugir do anti-semitismo e nazismo que se alastraram na Europa nos séculos 19 e 20.
Meus bisavós passaram para os meus avós a sensação de escassez e medo constantes, de que eles não prestavam, eram inferiores e tinham que viver à margem da sociedade.
É claro que meus avós lutaram contra isso, mas por mais que fizessem esforços hercúleos, eram sempre consumidos pela mentalidade de que poderiam perder tudo e que eram menos do que os outros. Isso foi passado para os filhos dos meus avós, e claro, a minha mãe.
Para você ter uma ideia, mesmo a minha mãe tendo lutado muito para ter uma vida financeira estável, quando íamos a um shopping center por exemplo, ela suava frio e gaguejava ao entrar em uma loja que considerava “de gente rica” e achava que alguém iria notar que ela era pobre (mesmo já superando a pobreza da infância). Ela achava que a atendente ia chamar os seguranças para colocá-la pra fora.
Eu notei esse comportamento já muito pequena, e por mais que eu soubesse que ninguém iria me colocar para fora caso eu me apresentasse com “cara de pobre”, a minha mãe me passou essa insegurança inconscientemente.
E esses dias me peguei pensando que eu também não gosto muito de frequentar shoppings e de entrar em lojas.
Não é coincidência?
É claro que não. E foi somente dentro de um longo processo terapêutico que eu pude ressignificar a minha relação com o dinheiro e do fato de vir de uma família pobre.
É a terapia que abre os olhos para atos ou pensamentos e pode ajudar a quebrar crenças limitantes e consequentemente a falta de amor próprio arraigados e escondidos nos porões do inconsciente.
2) Cultive bons hábitos
Pode parecer forçado no início, mas mudar um hábito é um soco na cara na falta de amor próprio.
Quando cultivamos maus hábitos, estamos dizendo ao nosso cérebro que não gostamos de nós mesmas. Os maus hábitos estragam o corpo físico, mental e emocional. Um mau hábito puxa o outro, inclusive, influencia nas companhias desagradáveis ou improdutivas e nos relacionamentos tóxicos.
Não tem nada mais avassalador para destruir o amor próprio do que atitudes destrutivas, auto sabotadoras, de desânimo, vícios, procrastinações, negligências.
E não tem jeito: para desenvolver amor próprio, você vai ter que largar todos eles, de um a um.
Mas lembre-se: declare guerra contra os maus hábitos e não contra você mesma.
Mudança é um processo e você vai precisar de muita paciência, disciplina e mais do que tudo, a ciência de que, ao se transformar na sua melhor versão, você está carregando seu pobre saldo de amor próprio para ficar cheia e repleta dele em breve e isso requer tempo.
Acredite em você, na sua força e na sua transformação.
3) Solitude
Quando aprendemos a desenvolver amor próprio, substituímos solidão por solitude, ou seja, percebemos que nascemos sós e não tem nada de errado em gostar da própria companhia.
Vivemos numa cultura de falta, onde nada é bom o bastante e ninguém nunca está satisfeito. Aí achamos que o outro pode preencher esse vazio e essa sensação de finitude. Mas isso é uma ilusão muito grande: ninguém pode suprir nossas carências!
É claro que você não precisa virar uma monja tibetana ou uma eremita errante, mas tudo bem ficar sozinha, tudo bem passar um final de semana na sua própria companhia, tudo bem se você é a única solteita do seu grupo de amigas, tudo bem se você não tem filhos (e talvez nunca queira ter).
Desenvolva o prazer de estar sozinha, e assim, você também estará suprindo, com você mesma, a suas próprias carências.
Passe um tempo de qualidade com você mesma:
- Caminhe pelo seu bairro e tome uma água de coco;
- Faça uma trilha e desfrute de uma bela paisagem;
- Tire um tempo para fazer práticas respiratórias e alongamentos relaxantes (tem vários tutoriais no Youtube);
- Leia um livro debaixo de uma árvore;
- Faça algum artesanato para deixar seu ambiente agradável, como o macramê;
- Se inscreva em um curso para alavancar a sua carreira;
- Plante em seu jardim flores ou suas hortaliças preferidas;
- Vá a um restaurante na melhor das companhias: a sua!
E quer saber? Ao fazer isso, as pessoas vão perceber que você tem algo a mais e vão ansiar para estar em sua companhia!
Encha-se de você que você estará bebendo da fonte ao desenvolver amor próprio.
4) Relacionamento sério com: eu mesma!
É muito comum as pessoas me perguntarem durante uma sessão porque estão há tanto tempo sozinhas. Elas parecem desejar um relacionamento como se desejassem ter uma vida melhor, como se uma outra pessoa fosse fazer a vida delas ser melhor ou mais feliz.
Aí eu faço a seguinte pergunta:
-“quem é a pessoa mais importante da sua vida?”
Normalmente, as pessoas costumam dizer sem pensar muito, que é a mãe, pai, filhos ou cônjuge.
Então, eu dou digo que a resposta está errada. Isso mesmo!
A pessoa mais importante da sua vida é: você! As pessoas que você ama são importantes sim, e não estou dizendo que você deve desmerecê-las.
Mas acima de tudo, você é a pessoa com quem vai passar a maior parte do tempo, e enquanto não aprender a apreciar a você e a sua companhia, a pessoa que é, que foi e será, você só estará perdendo tempo.
Crie um relacionamento sério com você mesma a partir de agora, em que você está seriamente comprometida e disciplinada a fazer dar certo.
O objetivo? Desenvolver muito amor próprio por você mesma!
5) Aceitação
Fomos criadas a achar que o ideal de vida é igual aquele comercial da Doriana, com cachorro perfeito, cônjuge perfeito, casa perfeita e filhos perfeitos. Mas aquele é um ideal, e como todo ideal não existe!
Então, para desenvolver amor próprio, saiba entender que não existe uma perfeição estável e imutável. Você sempre estará sujeita ao caos, às variações da vida, ao imperfeito e principalmente: às suas vulnerabilidades.
Às vezes, mesmo dentro do processo de auto conhecimento e desenvolvimento pessoal, ainda vamos ter quedas, falhas e frustrações.
Não existe acerto sem erros, não existe sucesso sem fracasso, não existe vitórias sem obstáculos.
Aceite suas dores, seu passado, suas feridas e cicatrizes. Pode ter certeza que elas fazem de você uma pessoa muito melhor, mais empática, mais humana e, principalmente, mais feliz!
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E comece agora mesmo a sua jornada para desenvolver amor próprio.